ACT 2011 - Grupo Eletrobras: Empresa recusa todas as cláusulas e emperra negociação com os trabalhadores

 Após a 2ª rodada da negociação coletiva, que aconteceu dia 12 de maio, quando a Eletrobras recusou toda a pauta de reivindicação da categoria, inclusive as cláusulas econômicas, os trabalhadores das empresas do sistema mostraram sua indignação por meio de uma paralisação de 24 horas, realizada no dia 23 de maio.

 

No Espírito Santo, a adesão dos trabalhadores de Furnas aconteceu em massa. No país, a paralisação foi comemorada como vitoriosa, mostrando a disposição de luta dos trabalhadores contra o descaso da holding com as reivindicações da categoria.

 

Uma nova rodada de negociação aconteceu no dia 26 de maio e, novamente, a Eletrobras mostrou-se indiferente com as necessidades dos empregados. A empresa determinou não sinalizar ganho real, negar todas as cláusulas da pauta, e ceder apenas o índice de inflação que é de 6,51%. A holding ainda suspendeu todo o calendário de negociações e informou que o pagamento da PLR não tem data prevista.

 

Novas paralisações

Diante de tanto desrespeito do grupo Eletrobras, os trabalhadores realizarão novas paralisações, nos dia 6 e 7 de junho, em todo o país. A categoria está disposta a aprofundar a luta por um acordo que mantenha o patamar econômico dos últimos anos, com ganho real e avanços em diversas cláusulas.

 

Conforme o Coletivo Nacional de Energia (CNE), a Eletrobras alega que a concessão de ganho real gera inflação. No entanto, seus administradores conseguiram aumento substancial, tendo obtido um aumento de 18,9% em 2010. No consolidado das empresas, a remuneração dos administradores saltou 17,01%, o que significa um ganho real de 10,49% em referência ao IPCA.

 

Outras informações fornecidas pelos jornais mostram que a Eletrobras está muito bem e que sua postura intransigente frente às reivindicações dos trabalhadores não condizem com a situação da holding.

 

De acordo com o Padrão Contábil Internacional (IFRS), a Eletrobrás registrou lucro líquido consolidado de R$ 2,248 bilhões em 2010, o que representa uma alta de 147% em relação a 2009.

 

O presidente da estatal, José da Costa Carvalho Neto, anunciou que a empresa vai investir R$ 1 bilhão por ano até 2015 para se tornar uma empresa internacional. Esses apontamentos referentes ao lucro real do grupo demonstram a falta de respeito com o trabalhador, que contribui diretamente para o sucesso financeiro da empresa, mas não tem suas necessidades atendidas.