Um novo tempo, porque não dizer tempos difíceis para trabalhadores/as, se apresenta com o governo provisório Temer(PMDB) que acaba de assumir o país. Pelos pronunciamentos iniciais já é possível vislumbrar quem é que vai pagar a conta do pacto. Possivelmente não retornaremos à realidade dos anos 60 e 70 com a ditadura, mas certamente voltaremos a conviver com a conhecida pauta neoliberal que tanto prejuízo trouxe à classe trabalhadora nos anos 90.
Privatização, terceirização, perda de benefícios, congelamento salarial, retrocesso social e mudanças na previdência para pior voltarão a fazer parte do dia a dia dos/as trabalhadores/as.
Da forma como esse governo começa, cravado em vícios e corrupção e sem referendo do voto popular, comprometido com o empresariado e com a elite financeira brasileira, parece certo de como e para qual classe será prioritariamente implementada a política econômica.
Com grande base fisiológica no Congresso, simpatia empresarial, alinhamento do judiciário e tratamento carinhoso da mídia, tanto o governo provisório quanto às empresas terão ambiente favorável para propor mudanças, agredir movimentos sociais e sindicais, retirar direitos e benefícios dos trabalhadores e aposentados. Não será surpresa se voltarmos a ver as injustiças das demissões e inclusive os desrespeitos aos dirigentes sindicais, representantes legais da categoria.
Na economia não existem milagres e o cobertor sempre será curto: ou se cobre os pés (mais pobres) ou se opta por cobrir a cabeça (mais ricos). O que se vê embutido na plataforma da “ponte para o futuro” do governo provisório Temer é uma opção clara de diminuir gastos sociais e remanejar parte do orçamento para atender o capital, algo já praticado no passado quando se dizia que aumento de salário gerava inflação e se pegava dinheiro público, através do BNDES, e emprestava a grupos privados para comprar as empresas públicas (privatização).
Nessa linha, veremos mais uma rodada de dilapidação do patrimônio e das riquezas naturais do nosso país. Empresas do setor elétrico e saneamento, bancos públicos (Caixa Econômica, Banco do Brasil e Banestes) e Petrobras com o pré-sal serão colocados à venda a preço de banana e moeda podre como fizeram no governo do PSDB com a Escelsa, Vale do Rio Doce e CST, ampliando o desemprego, perdas de benefícios e direitos.
A Fiesp disse que não pagaria o pato e vimos trabalhadores/as indo para as ruas defender os interesses dos patrões. E agora quem defenderá os interesses da peãozada?
A classe trabalhadora e os/as aposentados/as precisam, mais uma vez, unificar as forças em defesa das políticas e benefícios conquistados, ir à luta por seus direitos e não permitir retrocessos.