Negociação coletiva da Eletrobrás vai parar na Justiça

Após duas paralisações no mês de maio e outras cinco nos meses de junho e julho dos/as trabalhadores/as de Furnas no Espírito Santo a campanha salarial 2016/2017 da Eletrobrás foi a dissídio coletivo.

A Eletrobrás havia apresentado proposta de reajuste salarial de 5% retroativo a maio e 4,28% a partir de novembro, rejeitada pela categoria.

No dia 26/07, o Coletivo Nacional dos Eletricitários(CNE) participou de uma audiência de conciliação no Tribunal Superior do Trabalho(TST) que não avançou. O CNE apresentou diversas propostas que foram rechaçadas pela holding. O ministro Emmanoel Pereira apresentou a proposta de 5% em maio e 4,28% em agosto de 2016, sem retroatividade, e a manutenção das demais condições do ACT.

O CNE defendeu aplicação do reajuste de 5% retroativo a maio de 2016 e 4,28% em novembro, sendo a perda de massa salarial do período a ser aplicada em janeiro de 2017.

 A Eletrobrás não aceitou proposta do CNE e uma nova audiência foi marcada para o dia 22/08. Até lá, o TST determinou que não sejam realizadas paralisações pelos/as trabalhadores/as e que a empresa não realize desconto dos dias paralisados. Quanto à PLR não houve discussão sobre o assunto na audiência.

O dissídio foi instaurado pela Eletrobras e abrange os/as trabalhadores/as das empresas Cepel, Chesf, Eletrobrás, Eletronuclear e Furnas.

O secretário de Finanças do Sinergia-ES, Paulo Sérgio Valadares, que vem participando da negociação da Eletrobrás, afirmou que a categoria está reivindicando o mínimo na negociação e, mesmo assim, a Eletrobrás não aceita negociar. «Os/as trabalhadores/as não querem nada astronômico. Querem apenas as perdas do período. O descaso da Eletrobrás é uma vergonha. Fizemos as paralisações, mas nenhum problema ficou sem ser resolvido durante as manifestações», ressaltou Valadares.

LUTA CONTRA A PRIVATIZAÇÃO

Paralelamente à negociação coletiva, os/as trabalhadores/as do setor elétrico que fazem parte da Eletrobrás estão enfrentando um grande desafio: a luta contra a privatização das empresas publicas de energia. Em Furnas-ES, no dia 22/07, foi realizado um ato contra a privatização do setor elétrico.